"Eu não pedi pra nascer. Eu não nasci pra perder. Só que dessa história ninguém sabe o fim"
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
Eu e a redoma
Protegido de tudo, um ser encontra-se dentro de uma redoma.
O vidro o permite presenciar sem participar o que ocorre ao derredor.
Sua beleza, sua bondade e perfeição são dignas de cuidados.
É quase intocável. É complexo, mas frágil. Por isso a redoma.
Permanecer belo, intocável, santo. Proteger-se, mesmo não vivendo.
Dentro da redoma, a solidão consome.
O inverno nunca chega. E o ar acaba. E o que era belo, intocável padece.
De perfeito passa a nada. Perfeição. Beleza, vida. Conceitos voláteis.
Protegidos por nada mais que você mesmo. A redoma deve ser quebrada.
O vidro deve cortar o ser. Deformável. Tocável e frágil, tão simples. Ser. Viver. Permanecer vulnerável.
Perfeitamente você. Imperfeito. Interactivo. Iterativo.
Não há mais beleza na redoma. A beleza está na imperfeição.
A rosa, murcha, morre. Isso é belo. Já não é. Beleza.
Toque. Que leva a sentir, o frio do inverno que chegou. O vento no rosto. O oposto da redoma.
Mas respirável. Não finito.
Vidro quebrado. Não protege.
Transforma, ensina, revela.
Desprotegido de quase tudo, um ser encontra-se fora de uma redoma quebrada.
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